ME "ALEMBRO" A BORDO DE UM "TREM BALA"
DA MINHA INFÂNCIA VIVIDA SEM DESFAZER A MALA
DO MEU REFLEXO EM FIGURAS DISTANTES E IGUAIS
REVELADAS NA FOTOGRAFIA DE MEU IRMÃO, MEU PAI
VEJO MEIA RISADA NO ESPELHO PARTIDO DO QUARTO
RETIRO PALAVRAS D’UM PEDAÇO DE JORNAL RASGADO
PRA O MUNDO DAS CANTIGAS EU TENTO ME TRANSPORTAR
NUMA VÃ TENTATIVA DE MINHA VIDA RECRIAR
E SE AQUELE RETRATO PÁLIDO QUE DESCANSA NA FRIA CÔMODA
TROUXER-ME A SENSAÇÃO DE QUE ERREI NA MINHA TÔNICA?
E A CRIA AMOTINAR-SE DOMINANDO MEU UNIVERSO
TORNANDO ASSAZ DISPERSOS OS SENTIDOS DOS MEUS VERSOS?
POR MEDO QUE A CRIATURA SUPERE SEU CRIADOR,
COMO CRIANÇA ASSUSTADA SEM SABER O QUE CRIOU
FUJO COM PAVOR.....
André Ferreira
© Todos os direitos reservados
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