Ah, que venha essa Dama Negra
Com seu ventre em fervor
Mágica como a noite
Lua iluminando em esplendor
Linda como o raiar do dia
Irradiando sua cor

Que invada minha Jerusalém
E me atire a primeira pedra
Ateie fogo em minha Roma
Que eu seja o alvo de sua flecha
Que me culpe por seus atos
E tenha voto de Minerva

E enquanto pensava possuir
Fui por inteiro tomado
Meu corpo desobedecia-me
E atendia o seu chamado
Escravizando minha alma
Dispondo-me ao seu legado

Se me ergo para te olhar
Queima meus olhos sua aura
Adentro teu corpo, mar revolto
Sacoleja a minha fragata
Eu naufrago desorientado
Subjugado em suas águas

Sussurros de uma bruxa
Sereia de encanto fatal
Seus olhos não saem de mim
Provocando uma febre anormal
Mas acende minha esperança
Tu és meu bem e meu mal

Que me leve pra Passárgada
Não me acorde Dama Negra
Sorriso de puro marfim
Abissínia pele de seda
Serei seu adorador e seu homem
Seu fiel Serafim minha deusa

SALVADOR, 14/04/2011

André Ferreira
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