hoje, eu sem graça
sentado no banco da praça
passando pela vida.
do meu lado, sentada,
em um ponto de ônibus,
uma pessoa desconhecida.
sem vontade de contar uma piada sequer:
de homem, mulher,
sentada, em pé
nada se sabe de mim,
da minha vida,
a roupa, bem perto, florida
o cheiro mais próximo ainda,
pouco importa se é ida ou vinda,
sabe bem que nunca iremos nos encontrar outra vez,
roupa vinho xadrez.
não a conheço,
nem quero conhecer,
nada de diferente.
gente, somente gente.
a vida em frente.
essa pessoa se vai,
e eu fico calado;
imaginando quem ao acaso, sentou se do meu lado,
não tínhamos, e nem teremos alguma relação
que já acabou.
pouco importa, não abriria essa porta,
sendo reta ou torta.
o ônibus passou
e ela sumiu.
preocupe-se não.
amanhã outros virão
e no banco da mesma praça, se sentarão
assim, em mim, a vida vai passando
e os poemas vão nascendo,
florescendo, crescendo,
assim, só assim...
sem inincio nem fim.
vida chata
quem liga pra ti
quem liga?
o poeta é o seu dono
vida de Plebeu.
ele sou eu.
acorda morfeu
pobre vida
adormecida
posso muito bem mudar seu curso
parar contigo
mas tu es meu abrigo
e pra ti nem mais ligo.
ou ligo?
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