(Imagem copiada do Google)
Inspiremo-nos no descanso divino,
sétimo dia da Criação...
Uma pequena e indispensável pausa
tão fundamental quanto
equilibrar razão e emoção
ou amar até perder a noção...
Ainda que a velocidade do tempo
nos conduza à contramão do vento
e nos permita driblar os contratempos,
pausas se interpõem nos caminhos
e se fazem taxativas, obrigatórias.
A noite é pausa para o silêncio,
a madrugada, para os sonhos,
o frio, pausa infiltrada pelo inverno,
a própria morte, pausa para o descanso eterno.
Sem intervalos a vida corre o risco de extinção.
Porém o desejo de não parar
faz do hoje, alienação,
e do amanhã, frustração,
onde o próprio ser não mais suporta
a falta de tempo e o vazio dos dias
a serem esquecidos,
não fossem os retratos a revelar
lembranças de uma espera malograda,
não relatada, pra não se humilhar ao próximo.
Pausas são preenchidas pela internet e tevê,
que fazem companhia à insônia,
deixando solitário quem dorme.
Sem uma parada a vida corre rápida,
hábil e eficiente,
porém sem perceber a paisagem que passa
e o futuro a se confundir com o presente.
No descanso do sétimo dia
Eis a pergunta que estribilha:
“O que vamos fazer hoje?”
E com certa ansiedade,
sonhamos com uma longevidade
de muitos e muitos anos...
sem nos conscientizarmos com os danos
de quem não sabe o que fazer
numa tarde de domingo...
_Carmen Lúcia_
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele