Recolho versos dos dias,
palavras de intensa magia
que traduzam os vazios,
onde sonhos esquecidos
esperam, adormecidos...
Onde a breve euforia
ao atingir o seu ápice
agoniza em nostalgia
desfazendo seu disfarce...
Onde o frio do inverno
congela almas em desatino
que não puderam seguir
o lacônico destino...
E nos cantos das esquinas
escondem o desencanto
do trágico fracasso
atribuindo ao acaso
a frágil incapacidade,
a impossibilidade
de olhar para o céu
e enxergá-lo azul...
Nos recônditos do mundo
mora um silêncio profundo
de um grito sufocado,
pedido de socorro,
engasgado...
onde seres choram versos
transtornados
clamando por fagulhas
de luz, de blues...
E da dor vejo nascer
a mais bela poesia
a resplandecer
sob a luz do dia.
_Carmen Lúcia
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