Nossos Abismos

Na escalada dos nossos abismos,
Encontramos a gravidade em sua magnitude.
Dos pingos d’água que escorrem dos cabelos,
Saciamos nossos desejos em qualquer amplitude.
 
Assim nos banhamos para renovar,
No sereno úmido e prolongado,
Dentre as alegrias de uma queda livre
De uma voz eterna e existente a nos chamar.
 
O dilúvio sonoro nos remete aonde queremos estar:
Na abundância das carícias oníricas, que nos
Zelam dentro de um amor apaixonante a perpetuar.

No abismo onde as águas podem nos alcançar e inundar,
Escorregamos do que nos suporta e do que nos faz condenar:
Assim conseguimos sair dos nossos abismos e aprendemos a amar.

Foto do filme "cantando na chuva".
Carl Dahre
© Todos os direitos reservados