Vá vossa senhoria calculando
Como trabalha o orgulho dum sujeito:
Pra tratar do que é mau, vai murmurando...
Pra mostrar o que é bom, bate no peito!
Vai co'a peneira torta, peneirando
O que é nobre, o que deixa satisfeito,
E as falhas e os tropeços camuflando,
Ou caçando desculpa pro mal feito:
"Não fui eu! Peça contas a fulano!"
"Não fui eu! É culpa da sociedade!"
"Foi Deus que não soube fazer direito!"
E se dizem que ele anda se exaltando,
Vem, ligeiro, lembrar sua humildade:
"Hoje, que eu sou modesto, sou perfeito..."
Ou: "Só não sou perfeito porque sou humilde demais..."
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença