Eu tomo, resoluto, o cálice da dor,
Quinhão da devoção regada na inocência,
E sorvo sem pensar. Mergulho no amargor
Que embebe quem se entrega de maneira intensa;
Porque por um momento tudo perde a cor,
Mas sei que vai passar, mesmo que não pareça;
E já que vai doer: quanto antes, melhor,
Que a dor dói mais se mais na dor a gente pensa.
E tudo vai somar, por mais cruel que for,
Pois tudo o que não mata vira experiência:
São marcas da jornada do batalhador
Que em meio ao sofrimento ganhou resistência
E que não desistiu da utopia do amor.
-Então, que venha a dor pra que o amor a vença!