Declamo, inquieto, esta emoção estranha
Que o coração sacode sem clemência:
Quem sabe encontre em verso a evanescência
Que alívio traga de estranhez tamanha...
Quem sabe ao escrever tome ciência
Que é só saudade que meu peito assanha...
Quem sabe faça vir lá das entranhas
Lembranças pra acalmar-me a inconseqüência...
Quem sabe a esperança se confirme,
E o verso evite meus pequenos crimes
E me incentive a agir como é preciso...
Mesmo ninguém notando diferença,
Talvez sem poesia eu enlouqueça:
Quem sabe o verso, enfim, me dê juízo...
Ou talvez o contrário... Quem saberá?!
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