A chuva desliza lá fora,
Inundando as pegadas que deixei
Em cada passo na estrada,
Mas o piano chorava de amores
Acompanhando as notas exprimidas
Por uma flauta meiga e amorosa,
Cujo sonido invade até a alma,
E ao fechar os olhos ela se transforma
Num verdadeiro coral de sopranos,
Mas ela, e somente ela,
Cantando a letra de uma música santa,
Música tão bela que invade o Céu,
Enquanto os anjos invadem o teatro
Formando com ela um coral tão celeste,
Voando e deslizando naquele templo.
E o maestro continuava a reger o espetáculo
Ao canto afinado de violinos
Enquanto o piano chorava de amores,
E eu invadi o altar do espetáculo
Em meio aos anjos e à música,
Em meio ao coral de uma só voz,
Cantando a música santa e maravilhosa
Num dueto de júbilo incessante,
Pois nossas vozes rimavam
E nossos corações rimavam de amores,
Não, não… rimavam amores,
Cantamos as rimas mais lindas
Que nossos corações ouraram fazer
No espetáculo onde presente está Deus.
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