O desespero aflora a alma daqueles que sofrem.
Então: Ela liga para alguém em busca de consolo na alma;
Pensa no primeiro número de telefone que lhe vem a mente, mas a pessoa estava ocupada quando atendeu e ela disfarça e desliga como se nada lhe afetasse a alma;
Ainda o coração está a doer desesperadamente, foram tantas palavras ditas que lhe cortaram as veias que passam a circulação.
Somente lágrimas e mais lágrimas na face cansada de um pranto que parece interminável...
Ela liga novamente a amiga atende e ela com voz embargada, envergonhada, recebe um minuto de atenção e carinho. É o suficiente, desaba em mais prantos, é uma enxurrada de lágrimas.
Nem os temporais mais temerosos podiam com tantas lágrimas daquela menina, é muita dor e desilusão na pequena.
Como pode alguém aguentar tanto para explodir é o que vem a mente na primeira impressão. São soluços e uma voz que quase não se nota no fundo da linha.
A amiga diz respira funda, chora libera isso tudo que te vai fazer bem.
A pequena menina chora tanto aos poucos desabafa o que lhe vai nesse coração sangrando e calmamente vai deixando a dor cicatrizar e as lágrimas secarem.
Agradece a amiga por telefone que esteve ao seu lado mesmo distante, agradece pelo consolo de ouvir seus prantos, desliga o telefone com um pedido de desculpas e obrigado.
A menina se sente cansada e ainda com alguns soluços que restavam deita-se sobre a cama e adormece profundamente para que a alma tivesse sossego.
Dias de tormentas que sangram o coração tumultuam os sentimentos, enfraquecem os seres humanos, e faz crescer a dor.
Como termina essa história? Não se sabe. A última notícia que se teve foi que a menina ainda tinha lágrimas a derramar e um coração a sangrar.
A ultima coisa que se constata é que ouve alguém que ao menos lhe ouviu e dividiu contigo na correria dos seus dias, minutos do seu tempo…
Por mais difíceis que sejam as situações elas podem se tornar piores quando se está sozinho e não se encontra números de telefones desocupados para socorrer um amigo em seu pranto.
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