A poetisa que há em mim,

é bem semelhante

a uma encrustada concha,

com pérola, flutuando.

Vez ou outra ela vem,

à beira da praia mansa,

beijar a orla do mar.

Noutras vezes, retorna

às profundezas do oceano.

Vivo assim, rodeada de areia.

Sem hora de chegar ou de partir,

sem limites, sem hora de chegar.

Esperando que alguém, num ímpeto,

retire as pérolas de meus olhos

e as coloque em seu próprio olhar.

Então, depois de descoberta,

ficarei como concha vazia,

a sussurar o barulho do mar.

Batendo nas encostas

de quem soube me amar,

a poetisar ... Serenar.

 

 

railda masson cardozo
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