ESTAÇÃO DE CRISTAL

 
Há marcas, múltiplas marcas

Sim, a serra conta estórias

Numa longa estrada,

Pintada de verde musgo e marrom

Trilhas abertas, sulcos profundos...

O peso de minhas botas

Andarilha dessa Terra

As velhas araucárias me conhecem

Não há segredos entre nós

Fujo da cidade

Parto em retiro, simples forasteira

Dou adeus a uma realidade

Aspiro o cheiro puro das montanhas

Há um mundo incomum, aqui

A natureza, inspirada, emerge

Com grandiosidade,

Repleta de luzes

Estação de cristal

Lá vou eu, peregrina errante

Atravessando as névoas do passado

Ao meu alcance, outras dimensões

Morros de esmeraldas,

crivados de pérolas e safiras

Céu coberto de seda, pálido

Olhos no céu, seus olhos

Senhor de um novo tempo

Caminhos ao redor do lago

Lago de cristal

Estação de cristal

Sublime cálice do amor

Transborda e transforma

Vibro, ainda vivo!

Sons de vozes e risos...

Sons de um córrego

Pedras de quartzos, coloridas

Dois pássaros, eternos, etéreos

Serra, cerração, meu coração

Seu coração, duas melodias

Não há noite de inverno

Há o frio da estação

Estação de cristal
 
 
 
 
 

 

Bruma Lilás - Taís
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