Correntes
 
Correntes nos unem
No torpor da noite
Tento lhes tocar...
Sem toque!
Tento as ouvir tinir...
Sem som!
Falo para ti,
a meu lado...
sem voz!
Tento te sentir,
tocar...
Acorrentado!
Mergulho no sonho.
Do afastamento,
Da negação,
Da sede.
Do desespero,
E trago-te a mim...
A ti suplico;
- Liberta-me!
E sinto a tua mão,
Desesperada,
Frenética,
Sem sucesso,
Desencadear-me
De elos cruéis
Que não conheces...
Sinto, até, lágrimas
Salgadas,
Tentando corroer
Com sal amargo
As cadeias.
Em vão...
Em ilusão...
E a dor da separação,
no despertar,
É tão real
 

Triste Poeta
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