Algo nas ondas dos seus cabelos louros
move-me, comove-me
Como nada mais
Algo no seu olhar
Nos seus olhos castanhos
Me prende e não me deixa ir
E eu não quero sair
De dentro dos seus braços
Do calor do seu abraço
Apertado
Calado...
Ele me tirou tudo
O ar, o chão, o meu coração
E eu continuo assim, poderia nunca morrer
Pois não preciso mais respirar
E como no céu eu posso ver
E tantas nuvens tocar
E mesmo assim não viver
Sem a presença do seu olhar?
E mesmo tão alto 
E mesmo tão longe
Mais longe ainda seria o meu destino
E está tão fora
E, de mim, tão perto
tudo parece certo
tão certamente incerto!
Eu desenharia seus traços
E os guardaria em mim
E coração eu não precisaria mais...
Nem um chão, não vou cair

Nem ar, pois no seu fôlego me alimento
E o sol que um dia eu perdi
Em um eclipse qualquer
Derreteria minhas asas
Incendiaria minha alma
Mas jamais queimaria
Os velhos traços que gravei

Num coração velho de metal
Que um dia, junto ao peito, carreguei.

Homenagem ao grande amor de minha vida.
Bianca Goulart
© Todos os direitos reservados