Ei-lo que surge novamente a minha frente
como folha de outono tocada pelo vento...
Dessas que perdem o rumo, aportam em qualquer tempo
rendida ao cansaço do final da estação.
Sorriso entristecido, sem o sarcasmo costumeiro,
olhar inexpressivo, ombros caídos, desolação...
A suplicar o afeto que me roubou a cada dia,
a estender a mão que me apagou a fantasia.
Ei-lo, de repente, sem seu jeito insolente
que me tarjou de preto, me vestiu de imensa dor
mostrando o lado escuro, obscuro de seu ser,
descoloriu meu mundo, desgastou o meu viver.
E agora me implora uma migalha de amor,
chora pelos erros que a vida lhe cobrou,
quer resgatar de mim o que não existe mais,
o que ficou em outro tempo...
Agora é tarde demais.
_Carmen Lúcia_
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