Há coisas que descobrimos pela vida. Com o espírito sempre voltado para nós mesmos perscrutamos o imensurável a buscarmos pela terra de nossos valores, pelo que nos faz crescer no único lugar em que nos sentimos. Há coisas que descobrimos, que nos mostramos, nada tão finalístico, tão infindo do que quando nos desenterramos - pela vida o peso do tudo, o mesmo nada que carregamos. Há coisas que descobrimos pela vida. Crianças sorrindo e homens que caminham, de onde eu sinto vejo a vida apenas sendo, em mim sorrindo, em meu caminho. Mas o Dioniso, deslumbrado e abatido, dionisíaco niilismo, apostou com a vida uma corrida, o que é empenha tudo, que todos assistam. Pela vida descobrimos que livres somos mais velozes que qualquer coisa que não o nosso eu, e alucinados arrastamos o mundo pesado da largada ao destino que na vida somos incrustados. Vem, vem a galope Dioniso alado, minha arte, vem da vida ganhar o
empate, vem ser pelo sempre o que descobrimos a cada passo, vem desenterrado, não mais queremos tantas mortes, não quando a vida, ela mesma, está a forçar nossos passos, tão serena a acenar com cem bandeiras, por aqui homens, vinde apenas, não há o que temer, o que fazer, vinde apenas, a meu lado para no vento soprarmos, em mim para nossos cabelos alisarmos, por mim para no eterno chegarmos.
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