Minha ternura!

Meu coração se fecha côncavo
e a amargura me entorpece
eu estava perto dele, de seu espírito
e ele não era o meu menino.
Eu vi suas distrações e pouco caso
e me olhavam com estranheza
desacreditavam da minha intenção
"O que essa mulher quer recuperar?"
e em todo momento eu o observava,
ele não estava normal, o meu menino.
Eu vi adultos o tratarem como irretratável
eu vi adultos discutindo com ele
educadores falando como marginais de gueto
para não perderem a autoridade.
Como falavam assim na minha frente?
Zombavam d'eu estar ali por ternura!
E o seu olhar estava tão distante ...
bad boy, o que ele quer se mostrar ser
falaram-me como se eu fosse uma reles
falaram-me como se eu fora delirante.
Fecho os olhos pra não lembrar dele assim
tão inadaptável e discriminado
fiquei insegura até de tocar seu rosto
sendo ele por mim totalmente amado.
Naquele momento ele não era meu
era um filho das sombras malignas,
quando ele está feliz, olho e logo já sei:
aquele é o meu menino, o meu Felipe!

Eu amo meu ex-aluno, mas sei de seus transtornos de conduta.
Ele é muito mais do que uma missão de educadora, ele é um projeto em que poucos querem por as mãos.É que eles nunca o viram de alma nua, como eu vi.
Obrigada por ler minha poesia, que é tb um desabafo.
Elisa Gasparini
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