Supersônico, o vórtice letal está a galope:
Sinto a sua fragrância lancinante
Pairar sobre as redondezas
Do nosso cangote.
Belicosidade e ganância
São seu ultimato,
O mais dantesco aviso prévio:
A senha para convergirmos
Concomitantemente ao mesmo cemitério raso.
Desejo que saibamos
Da universalidade do sol:
Sua majestade brilha para todos,
Não se restringe tão-só
A alguns poucos rouxinóis.
Ah, mas a cegueira
Nos vegetaliza a mente:
Os pensamentos, como
Prole da livre fluência,
Entram em estado de animação suspensa,
Tornando-se permeáveis
Á ruína de tudo o que seja sinfonia
Da autônoma consciência.
Todavia a esperança persiste:
Embora viva mutilada,
Ela sonha que um dia
Tocará o arco-íris,
Transformando-o
Na sua mais cara
E egrégia harpa.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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