TENHO MEDO DE QUE NÃO DÊ TEMPO

TENHO MEDO DE QUE NÃO DÊ TEMPO

 

 

 

 
 

 

 
Amedronto-me
diante do altar
que foi
teu corpo
adornado por véus
hemi transparentes.

 
Amedronto-me
diante de gente
que foi
tua amiga
inspirada por casualidades
pretérito passadas.

 

 
Amedronto-me ante a coragem
de ter te enxergado namorada
e de ter jazido na normalidade
de tudo que parece ser
comum.

 

 
Amedronto-me, bebum
que sou...

 

 
Será covardia dar dois passos atrás?
Coragem inescrupulosa
contamina os pobres mortais
que ululam palavras de ordem!

 

 
Por isso prego a desordem
das convenções hipócritas e histéricas
dos porres de derrocadas homéricas
certo que estou
que não nasceste para tecer
rendas de fio fino.

 
Tenho medo que não dê tempo
de subjugar o destino
e que sucumbamos
à sensação imbecil
de olharmos o vazio
e lembrarmos
do que fomos.

 
 
Devorei você.

 

 

 
E tenho medo disso também...

Ogro da Fiona
© Todos os direitos reservados