O CAMINHAR DO PAULISTANO- HOMENAGEM PARA A CIDADE

Amanhece...
e meu corpo se desloca lentamente pela casa....
ainda sonolenta, faço um diferenciado trajeto,
busco por informações em ruas revisitadas,
ruas estreitas e curvas, por vezes nuas,
passo pelas ruas do Bexiga, ou Bela Vista para alguns
passo por uma rua de nome índigena
e por outra de nome militar,
na tentativa de encontrar outras trilhas,
passo por outras ruas e pontos sem perder o Major Diogo nas minhas costas
dei de cara com o santo , Santo Antônio
há poucos dias estive lá num prédio chamado Bermudas
será lá o triangulo das Bermudas?
Se triangulo, não sei,
mas sei que lá no apartamento 53 ou 54
acontece um encontro ,e que todos estão buscando algo perdido
são pés de bailarina ,ou pés macios feito veludo
pés rigidos ou pés brincalhões
que se cruzam toda segunda feira
encontrando outros transeuntes 
com o Santo amaro ...
Amargo porquê santinho?
Manhãs , noites , doces ou amargas , pertencem á minha cidade: São paulo
e meus pés insistem em passear por sua trilha
mesmo que no fim do dia se acabe em bolhas doloridas
mas com a sensação de ser uma desbravadora contemporânea
E assim vislumbrar seus prédios e luzes verdes em diagonal
ou milhões de estrelas coloridas na Avenida por conta do Natal
ou tentando manter minha lamparina acesa numa caminhada de ponta a ponta
da Consolação até a Paraíso
Consolação em Mim, Paraiso de Mim
Liberdade de ti....
 

Hannah Otto
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