Sentenciado fui a gostar,
almejar mais que tudo sua calma,
aquela a transbordar dos seus olhos
quando o monstro-mundo me aflige.
Quando diriges doces palavras,
lança enxofre em meus tiranos,
pondo fim aos desenganos, pesadelos,
implodindo meu desespero irreal.
Minhas lentes gastas, desgastam,
alteram por vezes sua figura
e qual tanta desventura sofro
ao ver-te sofrer inocente.
Sou aquele ferido,
perdido no enredo da trama,
a criança a tremer na cama
de cabeça coberta.
Certas noites chorei,
chamei seu nome, sem resposta,
perdi aposta para o silêncio
que seguiu por toda a madrugada.
Certos dias chorei,
chamei seu nome, sem resposta,
perdi aposta para o silêncio
que seguiu por todo tempo.
São Paulo
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