Oiço palavras,
Que rasgam o silêncio do ar puro
E são seus algozes,
Que o violam,
Que lembram prendas
Em ruidosos embrulhos,
Comparo-os a entulhos,
a vazios ôdres
Ou a nozes,
Que quando abertas são pôdres!

Oiço palavras no ar,
Que devia ser papel,
Apenas para palavras de amor e paz embrulhar,
Mas não!

No ar anda toda a poluição,
Nele comparo palavras a vazios ôdres
Ou a nozes,
Que são pôdres quando as abro!

Perante isto,
Um poeta também se enerva
Também pode ser maroto
E dizer, num suspiro:
-”Não resisto.
Merda para o ar que respiro
E para a palavra quioto;
Palavra vazia
como vazio ôdre,
Como noz,
Que quando aberta.......
é pôdre!

Oiço palavras no ar,
como vazios ôdres,
como nozes....
pôdres!
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Sócio da Sociedade Portuguesa de Autores
Gondomar

Silvino Taveira Machado Figueiredo
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