Um Velho na Estrada da Vida

 
 
Era uma tarde fria e ali estava eu,
Caminhando pela estrada da vida
A noite chegava, e à frente encontrei um velho sentado
Com os pés descalços e roupas tão humildes quanto o seu olhar,
Lá estava ele, de mãos trêmulas, pensativo...
Seus olhos pousaram nos meus e neles não havia brilho algum
Seu rosto procurava descanso, sem ânimo
Sem entender, dos meus tristes lábios, brotou um sorriso
Sem desviar os olhos ele começou a falar...
Contou-me das tristezas e das alegrias de sua infância,
Falava devagar, com a voz rouca, carregada de tristeza
Falou ainda mais sobre a sua juventude

E sobre a alegria de ter tido pais amorosos,
E de ter constituído uma linda família
Eu não entendia o porquê da tristeza tão marcada naquele rosto,
Mesmo quando falava dos momentos mais felizes,
Sua expressão era a mesma.
Falou de Deus, dos pais e da família, 
E sobre Deus, acrescentou que um belo dia pediu a Ele,
Para que conhecesse um verdadeiro amor,
Porque mesmo com tudo o que possuía,
O velho se sentia um ser incompleto
Sofreu muito até ver atendido o seu desejo
E conheceu o grande amor da sua vida
Agora chorava a distância que o separava
Dos olhos que iluminavam o seu coração
Ele se tornou velho, não pelo tempo ou pelas experiências,
Mas pela eternidade que à cada minuto passava,
Longe de seu grande amor
Choramos juntos à sua tristeza
E ele disse que a sua história contou
Porque dos meus lábios, mesmo tristes,
Um pequeno sorriso brotou
E ali ele viu um sinal de esperança
A noite cresceu...

 
Juarez Florintino Dias Filho