18/08/08
16:01
Nota inicial:
"Começo mais um tormento.
Este chamarei de esquecimento!"
... que dizia eu do esquecimento?
Acabo de me esquecer. Bom ou mal há de ser.
Talvez meio termo e nada mais. Nada mais...
Esqueço dos dias ausentes que se fizeram tão necessários quanto a luz que o sol insiste em esconder de mim.
Esqueço-me das Antonias e Azaléias,
Dos brilhantes e diamantes. Estes hei de ter um dia.
Um dia e nada mais.
Que mais desejaria ter? Amores?
Esqueço-me do chá das cinco e das senhoras bem vestidas.
Ouso observá-las e nada mais. Nada mais...
Peço a vitrola que toque. Apenas toque...
E não me deixe só nem no agora e nunca mais
Cante para mim, a sua namorada e amante
Sua apreciadora mais carente
Cante para mim e nada mais.
Luto para lembrar seus passos, seus truques...
Minha memória cansada já não quer se envolver
Desiste de mim antes mesmo de ouvir meus apelos
Esqueço-me tão profundamente do tudo que me esforço para emancipar meu corpo.
Tento salvar o que puder de mim.
Mas antes que me esqueça de você,
Rezo para seus medos.
Oh, música tão triste...
Abrace-me para que juntas sobrevivamos ao frio
E a solidão enlouquecedora também
Nada esperamos do amanhã. Nada.
Somente o agora e nada mais.
Nota da autora: sem mais nem menos.
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