Minha Boca Sustenta um Beijo Ilimitado, entre a língua e o céu da boca

Minha boca sustenta um beijo ilimitado
É como uma flor
Entre a língua e o céu da boca,
Esse vão, uma sensação,
Uma borboleta que lampeja suas asas,
Que despeja sua glória, seu esplendor
Em minha saliva, morna, doce
Essa umidade jubilosa, entorpecente.
Como uma flor
O alvoroçar de asas de uma borboleta
É o beijo carente que vibra em meus lábios
É o beijo que não ceifa com seu ardor
Nesse vão não há pudor
Há o querer assustador que me consome.
É o beijo, como uma flor,
Que desperta da minha boca a cada lembrança,
Uma borboleta, que pulsa, que aguça...
Dilata essa voluptuosidade
Que acolhe os nossos corpos.
É o beijo em meio a flores e borboletas
Entre o céu e a língua
O vão
Esse beijo que ofusca a razão
Lampejos e ardores
A lembrança desse beijo
Abafado em meu seio
O que há pouco foi despertado
Como uma flor
O úmido desse pudor
Fujamos à razão
Fiquemos à mercê, da languidez
Abusiva decorrente dessas bocas,
Um dia unidas
Compadeça-se desse beijo
Que não sabe se cala ou se grita aqui dentro
Entre o céu e a língua
Antes que esse clamor torne-se escasso
Pousa teu beijo na minha boca
Deita teus lábios nos meus
Discorra teu vão na minha carne
Fujamos à razão ou entreguemo-nos
Ao desamor
Escorram as flores e as borboletas que se ocultam
Em nossos íntimos
Libertemo-nos das garras da razão
Esquenta o meu amor com teus beijos
Minha boca sustenta um beijo, entre o céu e a língua.

Esta Poesia foi a que me concedeu o 3° lugar no concurso regional de poesia.

Em casa, 14/04/05