É tanta coisa pra ler nessa vida,
e eu apodreço, viajo,
na virtualidade dos compromissos.
É tanta coisa pra escrever,
mas eu não faço nada, viajo,
em rede universal de solidão.
É tanta opção,
hoje em dia está tão difícil escolher, tomar decisões.
“Quer que eu mesmo imprima ou prefere gravar no disquete?”.
É tudo tão banal,
estereotipado como diz o meu amado,
o meu Foguete Formidável Oscar Wilde.
É tanta coisa pra comunicar, estar a par,
fazer-se reconhecido, mas tá tudo on-line,
um entra e saí de bate-papo.
Um sábado virtual pra mim não é legal.
Não me convencem as fofocas,
eu não sei por que é que eu perco tantas horas,
desorientando os meus reais interesses.
É tudo muito apagado, pegajoso, insinuante,
virtual demais, sem compromisso,
poucos comentários, muitas desconexões,
imprensadas, mas isso porque, esperança, Eu.

Em casa, 17/04/05