No prazer da dor, na hora H da partida,
você procura todos os modos líricos
de marcar de repente a cometida violência
de todos os sonhos que a vida produz.
- Mas é minha amiga, e nada aqui reluz ... -
Você não escolheu a poesia
não seria tão hipócrita!
-Grita minha maldita alma parasita-
Este cacifo apócrifo que é planilha de seu universo
visivelmente não convence a ninguém.
Só a você.
Este borrifo de penas que caem na sua mesa de jantar
simplesmente não diz nada.
Nada.
Eu nada.
Eu nada mesmo.
Eu ponto de cruz na cabeça do piolho.
Eu vaso de planta da casa do repolho.
Eu molho de nádegas na jazida do restolho.
Há poucas mulheres assim, feito você.
Então escreva comigo querida,
vamos passear pelo bosque
enquanto ainda existe algo humano dentro de mim,
pois depois de poeta, eu serei planta,
depois de mim, eu serei como o Ipê
amarelo.
Mas não se esqueça de mim,
Pois é por você que renascerei
Sempre.
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