Ainda não sabia de poesia...
E seus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas...
e sem nenhum esforço, conseguir detê-las...
Ainda não sabia de poesia...
E de seus passos, a mais linda coreografia...
De sua alma, a expressão que traduzia
naquela dança, a vida que em si surgia...
Ainda não sabia de poesia...
Fixava seus olhos no desabrochar da flor.
E a via pequena, gigante, de toda cor...
Nenhuma outra magia a tiraria desse torpor...
Ainda não sabia de poesia...
Seus pés descalços na água do mar
transformavam sal em açúcar;
E as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
batizavam seu corpo de menina e moça.
Percebeu a poesia...
Ao descobrir o descompasso de seu coração;
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
e no papel
registrou o que sentia...
Sentiu a poesia...
Descobriu sua morada...
Por todos os cantos, recantos,
encantos e desencantos...
Viu-se cercada...
E a poesia mora
na lágrima que rola,
no sorriso que esconde a dor,
no riso anunciando amor...
No botão que se transforma em flor...
Ela está por toda a parte...
Basta apenas perceber
e do estado latente,
fazê-la acontecer.
Carmen Lúcia
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele