Oh! Alma adormecida!
Oh! Esfinge do caos!
Tudo é tão previsível,
Tão apático e prescrito.
 
Flores do mal ainda brotam
E seus espinhos não causam dor,
Atrai os homens e os iludem.
Buraco negro, desejo primata.
 
E a mulher quando passa
Não sabe o que quer,
Só vive porque vive,
Mas não indaga
Não projeta.
 
Almas sem nexo
Corpos narcisistas
Espirítos vãos.
 
Pensamentos insanos
Ficam amargurados
Como segrtedos bem contados
Que não se pode revelar.
 
Vivemos sem querer,
Vontade já não há
Filosofias já não bastam
E os homens já não se limitam
 
Oh! Almas adormecidas!
Oh! Mentes sem luz!
Seres sem vida
Amores sem dor.
 
Sementes mal plantadas
Regadas de mão em mão
Pétalas sem cor
Sem cheiro
Sem formato.
 
Oh! Consumismo cruel!
Vida obscura
Fatos sem fotos
Abraços sem sentido
 
Tudo é inexistente
São cinzas de carvão
Marionetes sem capricho
Controladas pela ganância.
Assim somos nós:
Humanos sem vez
Guiados pela globalização
Que nos conduz
A um mundo padrão
De contrastes e vontades diversas.
 
Assim somos nós
Um poço de ilusão
No desejo de reconstruir
O que destruímos
Com nossas próprias mãos.
 

Aline Merilene
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