Foram poucos os momentos

Uma entrega sem nada pedir

Lembrar o que separa o vazio das palavras

O imenso desejo de refazer os mesmos caminhos

Ressurgir do mesmo lugar

Onde nunca estive

Deixando simplesmente o que o emoção te faz reviver

Nada sobrou a não ser um eterno alívio

Por vezes contido

Na intenção ainda que velada de abraçar teu corpo

Insanidade pensar que outra chance não teria

Passaria uma eternidade alí estático

à espera de um outro beijo

Não fui o primeiro e não serei o último

A dúvida que amanhece

E não permite que o mesmo que hoje te deseja

Aceita calado e triste ao ouvir vindo do quarto ao lado

A voz d'uma mulher que chora

Ao cantar uma antiga canção de ninar.

 

 

Roberto D'ara
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