Buscarei a chave de um amargo coração,
Onde o choro preceda os zeros do começo,
Onde o medo se perca nas alças da vastidão
E o ser imprevisível se retorça pelo avesso.
Buscarei a chave de um olhar esperançoso
Por ouvir declarações que jamais proclamarei.
E, então, serei autor de um falar misterioso:
- Não saiu da minha boca e disse coisas que pensei!
E desponta um sorriso que cercou todo o chorar,
O encerrou no medo infame e o lançou na escuridão
(Onde só quem se tortura consegue reencontrar:
- Os eternos suicidas das coisas do coração!).
Ser herói é estar presente na hora da voz calar
E depois, imerecido, desfrutar a gratidão!
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença