Posso amar o que é bom?

Será que posso me apaixonar pelo que é bom?
Me enternecer pela insegurança?
Aceitar o sossego?

Escutar confissões sem uma pontada de desdém?
Entender que do amor não preciso ser refém?
Acalmar as esperanças?

Será que o amor se constrói?
Ao menos já sei que o desdém o corrói
Será suficiente para ignorar teu desespero?

Como fingir não saber que em teu lugar era eu?
Ao invés de lisonjeiro, toma-me a falta de zelo
És tão certo que me refreio

Precisarei sofrer para te enxergar
Perder para amar
Enlouquecer para desta loucura me sarar