Tempo
Onde o amarelo da foto eterniza a vida
E o tempo que se perde perpetua o vazio
Se dissolve em partículas de memória esculpida no espaço
Voa para além do desejo insano de querer fugir
despe-se da vergonha fútil que a idade esconde
A flôr que alimenta a alma, ancorar no porto ao lado
Desenhos na areia que o amor de mãe conservou
Fosse dela a minha infância que um dia jurou conquistar
A casa que ao chão se rende
Protege o rosto nú e doente do menino
No caminhar pés descalços pedir um doce àquele homem
Fincar na terra àrida enquanto efêmero dito adolecer
Desmancha a ùltima estrela
Ao atravessar a rua do ouro
Achando ser para sempre
O que é tão simples ser hoje.
Roberto D'ara
© Todos os direitos reservados
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