Um ser invisível ao olhar humano,
usando chapéu e capa pretos até os joelhos,
com a mão esquerda segura a mão direita de uma mulher.
Ela está trajando vestido verde claro,
está grávida, no final da gestação.
As paredes ao redor de ambos são vermelhas.
Ele está com a mão direita erguida para o alto,
como quem diz: “Pare!”
Ele escuridão, obstáculos, opressor.
Ela esperança,
o sangue corre em suas veias, tenta viver.
Um candelabro de cristal dourado paira sobre eles,
sua função é derrotar a insegurança.
Ela não o vê, apenas sente o peso de seus atos sobre si.
Opressão, que dificulta seu crescimento pessoal.
Este vulto vigia seus passos,
a persegue por onde ela for.
São seus preconceitos, seus temores interiores,
normas arcaicas que a sociedade lhe impôs,
e a impede de seguir adiante.
Barreiras que lhe impossibilitam ser ela mesma.
Do seu ventre nasceu a revolta,
fruto de uma prisão no recôndito do seu íntimo,
que explodiu e estraçalhou a redoma que a envolvia.
Assassinou o tirano interior.
Saiu correndo e abriu a porta da vida,
mas, ficou parada
segurando a maçaneta e olhando para fora,
com medo da liberdade do pensamento.
Obs.: Este texto faz parte do livro "Voz da Alma"- Rosimeire Leal da Motta - Editora CBJE - RJ - Novembro/2005
PREMIAÇÃO:
01 – Concurso “Machado de Assis” – 2.º Lugar – Categoria Poesia - Redacional Editora – Londrina/PR – 2006
ESTA POESIA PARTICIPOU DAS SEGUINTES ANTOLOGIAS:
01 - 1.ª Antologia Poética - Editora AVBL - SP - Junho/2004
Academia Virtual Brasileira de Letras
02 - 26.ª Antologia de “Poetas Brasileiros Contemporâneos” - Editora CBJE - RJ - Abril/2006
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