Ah menina...
Menina, menina, menina!
O quer é isso?
-Dor?
-Lágrimas?
-Amor?
-Saudades?
 
Ah menina...
Velo a tristeza
Estou de luto, mesmo estando a lápide, viva...
Seu nome menina está rabiscado na inocência da descrença!
Seu nome menina anjo, rosa menina, menina chocolate, apimentada menina
Está plantado no tempero da sina,
No sabor da força!
Seu nome menina está insubstituível na agenda do perdão...
 
Ah menina...
Cavei um poço de fantasias
Abri um rio de delírios...
Seu céu faz chorar,
Seu céu chora sobre mim,
Me faz sentir o carinho passear na ilusão
Seu céu molha meus poemas
Rega as palavras
Brinca com os verbos
E se escondem nas nuvens castanhas dos adjetivos...
 
Ah menina...
O que é isso mesmo?
O tempo não apagou as raízes dos seus beijos
O tempo não escondeu o perfume dos seus desejos
O tempo não desapareceu...
Aprendi a não rejeitar o tempo
Aprendi a não me rejeitar no tempo
Aprendo a não te cobrar no tempo
Aprendi a não te perder no tempo,
A não me sujeitar ao insuportável desprezo da fé...
Como curvar-se ao amor?
 
Ah menina...
A saudade é indivisível...
Perturba a calma da ira
E se perde na ventania de um gemido...
É ela o choro das noites vazias
O canto sublime dos pássaros noturnos
Menina, menina, menina...
Onde foi seu coração?
A saudade sente saudade da noite
Fonte do amor incurável...
 
Poeta da vida: Robson Gideão Soares
Salvador, 16/06/2007
15 hrs, 07 min.

Robson Gideão Soares
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