o silêncio que você não faz


 
não bata, não dê gargalhadas
mas pode sorrir meu rapaz
a felicidade está no silêncio que você não faz
não diga vou fazer, aconteça
não diga eu quero, conquiste
não diga posso ter, mereça
não diga vou gritar, cante
 
aprenda a gritar por dentro
degustar a excitação sozinho
não prometa nada que não faça
olhe as placas do caminho
seja futuro do presente
sem conjunção condicional
não deixe o mundo perceber
só no ponto que não fechem o sinal
 

excitação moderada
equilíbrio na força
fala bem pausada
segurar a onda
dosar a adrenalina
não vomitar os louros
gozar sem gritaria
ir revelando aos poucos
 
deixe te chamarem de covarde
reaja se quiser ou não
seja senhor da sua vontade
não sabem que os tem na mão
se estiver fraco aja como forte
se estiver forte se finja de fraco
usar a mente não dói
não seja manipulado
não confie tanto em ninguém
mulheres traem também
ouça mais e fale menos
isso pode fazer muito bem
por quê meu rapaz?
sua felicidade está no silêncio que você não faz

Essa é de uma de uma série poesias que descrevem uma fase de minha vida já fazendo meu curso de agronomia. Resolvi publicá-las agora, pois estou numa mudança de hábitos, de fase. É bom rever como começei e o quê me levou a escrever. Todas minha poesias estão com direitos autorais registrados, inclusive estas. Para quem gosta de ler o que escrevo perceberá, como sempre, implícito que não há nenhuma ficção no que escrevo. São reflexos do que passei e como reagi a isto. Interessante como podemos mudar, amadurecer, nos adaptar, renascer das cinzas.

Cruz das Almas, no curso de agronomia, 1998

André Ferreira
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