Quero estar ao meu redor, redemoinho de vento
Sentir ao compasso de meus passos o hórrido centígrado
Na madrugada que simplesmente congela-nos
E nos uni.

Ao transpor as fronteiras do segredo eu te pedirei calma
Te ajudarei ao sentir num sentido simples
O que for de mais belo, na força ultriz
Que eliminarei de ti.

Dos obstáculos mais íntegros farei despedaçados ao mar de rosa
Na mesa de jantar as pétalas ainda cheirosas
Jogadas ao vento da forma mais formosa
E indo se embora, para onde tiver de ir.

Ao cantar os versos do amor ainda quente
Com o fogo-fátuo do afeto ascendente
Que nos incendeia de uma forma descomunal e irritante
Pelo que saberemos, e o que nos veio a existir.

Ênea, cor de bronze intacta
Semelhante a ti, não há quem se compare
Quero ser, estar, existir e continuar nesta vida funesta
Simplesmente pelo fato de poder te vestir.

Salvador

Fábio Avanzi
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