Passo o dia a contar estórias
A inventar frases
A misturar minhas ideologias
A manchar meus conceitos claros.

Passo o dia a me pedir perdão
Pelas coisas que ainda irei fazer
Pelos erros que não cometi
Pelas palavras que nunca me dirão.


Passo o dia a inventar palavras
Aprendendo a ler o que eu ainda não escrevi
Interrogando-me, culpando-me,
Pelo crime que não cometi.

Passo o dia a enlouquecer os meus dedos
Fazendo com que eles sintam prazer
Ao tentar definir e escrever
Palavras bonitas e excitantes.

Passo o dia imaginando tudo
As cenas que irei ver
Fazendo o máximo para aprender no escuro
O que sei que sou capaz de fazer.

o reflexo do cotidiano de muitos poetas

Salvador

Fábio Avanzi
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