É sozinho que eu nem me tempero
Comigo que vejo meus pêlos
Respiro num aguardo mais sério
E meus olhos, quando fecho, consigo vê-los.

Sozinho que piso meus calos
Visto minhas mãos e toco
Mas os dedos não mexem sem estalos
O agudo quebrante dói um pouco

Não sei acompanhar
Sim, sorrir, alegre amar
Brilhar cheiroso o zeloso lar
Parar, te ver e ir ao sul!

Só vou descer pra estar assim sozinho
Só vou cair, então entornar um pescoço
Beber, doer, sonhar com o vinho
Um vinho que morri, o vinho desse poço.

É sozinho que o vinho me tempera
Visto minhas mãos pra me dar um soco
Parar e te ver brilhar, quem me dera
O pouco quebrante dói muito prum louco.

Vou pro Sul.

Gustavo Martinez
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