Vai triste poesia
Vai-te embora e carrega consigo a minha vontade de sonhar
pois acabaram as noites desdormidas.
Encheste meu corpo com embrião
e esvaziaste os meus inúmeros caminhos
bebeste do meu copo de solidão
e minha paixão, sem pudor
zelou por minha letargia.
 
Me recolherei à escuridão do universo,
perderei meus sentidos sem sentir
pois não desejo a ovulação da promiscuidade.
 
Nunca mãe de corpo livre!
Nunca mais te conto o triste
nunca mais encontro o existe
existo agora com um pequeno futuro existir
-Filho, filho meu, amado filho
Sois as algemas da mamãe.
Agora não, espere o meu desespero me matar.
Sem dedos escrevo
o que eu sei que nunca lerás.
 
Afinal, voltarás de onde veio,
sereno e calmo...
Sem ter respirado da poluição dos homens.
Filho.  
Amado filho.
Perdão.                                                                       (Brenda Brasil)

(Trecho do livro Brenda Brasil - Aventuras e desventuras de uma poeta brasileira, de Daniel Lellis Siqueira)
Cena onde a poeta conversa com o filho em seu ventre, e avisa que ele não nascerá. Carta descompromissada e pueril.

Centro de antropofagia Tântrica