Desenho, chuva & vinho

Desenho, chuva & vinho

Sábado, 18 de abril de 2008. Um daqueles dias de chuva em que incorporamos os ursos polares e aquela vontade gostosa e imensa de hibernar profundamente. Em companhia nada mais nada menos de um bom vinho e um edredom bem quentinho. Que feliz! Ah e é claro um estoque legal de comida e sorvete.
Decidi desenhar, mesmo sem saber exatamente o que. Apontei as duas pontas do meu lápis-de-cor preto da Faber Castell (com a faca da cozinha, por que apontador já virou luxo aqui na minha bagunça). E então comecei os traços tortos, estranhos... Desproporcionais! Não, realmente eu sou uma ofensa viva aos pintores, artistas, desenhistas e afins.
No papel, bem no canto esquerdo da página branquinha, branquinha, do meu caderno de capa dura azul, ficou: uma árvore típica do outono, poucas folhas, algumas delas caindo lentamente no chão. Com isso tentei em vão dar certa vida, movimento as folhagens. E nada.
Pensei em "consertar" o desenho ocupando o lado direito da folha, que ficara em branco. Comecei. Risquei, risquei e fui riscando, talvez fossem morros ou montanhas, não sabia ao certo o que viria a ser. Bem quase no topo, faltando um tanto para chegar ao fim da folha. Parei. Como os desenhistas desenham? O que precisa pensar, em nada? Sei lá...
Já sei! Um vinho. Sobrou da noite passada. Meia garrafa. Uma amiga da minha mãe trouxe dizendo que é do sul, vinho seco e tinto (meu predileto, não houve como recusar). Adoro o cheirinho de uva que sai quando você abre puxa a rolha... adoro!
Talvez pudesse me servir de alguma forma, inspiração. Cheguei até a pensar em desenhar a própria garrafa no papel, por sorte desisti, claro! O que faria uma garrafa de vinho entre uma árvore e alguma coisa, no meio de um penhasco? Sinceramente não sei.
Era dia ou era noite? Desenhei uma lua, bem grandona, de um jeito que ficasse em segundo plano. Dessa forma os galhos da árvore invadiam o circulo gigante no meio da página. Então era noite. Eu sempre gostei mais da noite mesmo.
A lua ficou bem redonda, certinha graças a técnica do meu professor de matemática: você segura o lápis apoiando o dedão como se fosse a ponta seca do compasso, gira o papel com a mão firme e pronto! "Voalá"! Um círculo. Mesmo não gostando muito de geometria, esta manha eu nunca esqueci, só as fórmulas, os senos e os ângulos. Entre outras coisas que servem apenas para serem esquecidas depois...
 
Eu ouvia o som da chuva caindo, muito bom... Vou procurar aquele Cd do Djavan! Mais um pouco de vinho por favor?

 

Tudo bem, não é poesia... Eu sei...
Crônica. Será que pode???
Também vale? =D

São Paulo, Terra do Nunca.