O homem de muitos amigos
Alegre ficou com a multidão que o rodeava
Sentia-se forte ao repousar nos carinhos
Dos muitos que vinham enquanto se congratulava
O homem de poucos amigos
Não tinha certeza de quem o amava
Não via nos poucos o muito que queria
E o pouco que tinha para ele não bastava
O sábio contou que as riquezas atraem amigos
Achegam até os mais longínquos vizinhos
Enlaçam pessoas que até são sinceras
Mas mostram que muitos
Somente o interesse esperam
O sábio exclamou
Que quando a escassez ao pobre chegou
Até os irmãos de perto se foram
E aos poucos amigos que rogou
Só sentiu descaso e abalo
Com a mágoa que na alma ficou
Um dia o homem de muitos amigos
Sem ninguém ficou
Pois perdera tudo o que tinha
E daquela alegria explosiva
Pequeno resquício restou
Um dia o homem de poucos amigos
Uma sábia decisão tomou
Decidiu sair pelas ruas
À procura de uma criatura
Que pudesse suprir o vazio que em si ficou
Andavam os dois pelas ruas
E desapercebidos um no outro trombaram
Os resquícios de mágoa contida caíram
E as dores antigas vividas de lado deixaram
Foi duro saber se era algo verdadeiro
Uma vez que o passado um receio deixou
Mas viram que era apenas um medo sem jeito
E ao coração dos novos amigos parceiros
Aquela firme alegria explosiva voltou
Disseram que os dois já faleceram
Não se sabe se o pobre ou o rico
Quem primeiro partiu
Só se sabe que enquanto unidos viveram
Um exemplo de melhores amigos nunca se viu
“Em todo o tempo ama o amigo; e na angústia nasce um irmão”.
Provérbios 17:17
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