Não tem mídia, nem televisão.
Anônimo.
Ninguém conhece.
Até que a primeira frase surgiu.
Letras trêmulas, de mãos trêmulas.
Frase discreta.
De um tal poeta.
Anônimo.
Ainda sem vez.
Ainda sem voz.
Carente de nome, sobrenome, identidade.
Na flor da idade.
Transbordando palavras.
Anônimo.
Como se fosse mais um na multidão.
Ilustre desconhecido.
A escrever seus textos.
Tão ignorados quanto ele.
"Senhor anônimo".
Um pobre sem causa, fora de foco.
Longe das revistas e dos jornais.
Até que o primeiro livro surgiu.
Obra discreta.
De um tal poeta.
Esperançoso por uma chance.
Do mesmo jeito que antes.
No exílio do seu próprio eu.
Trancado no anonimato.
Ainda sem vez.
Ainda sem voz.
Anônimo...
São Gonçalo - RJ.
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