Mundo de Dores Profundas

                   
Ainda ontem ouvi uma voz dizer,
Que somos nos todos escravos,
Das dores profundas que se renovam,
Dos tempos escuros que só se curvam,
Aos prazeres do mundo que nos afogam.
 
Somos sangue que se viu escorrer,
Dos martírios das coisas da vida,
Dos palácios que não conseguimos erguer,
Das fortunas que não podemos ter.
 
Num mundo que não é de lágrimas,
As minhas escorrem,
Sem ninguém ver,
Minha vida passa e eu posso perceber.
 
Que nossa dor é bem mais forte,
Porque ao mundo pertencem nossos olhos,
Pertencem nossos frios corações,
Presos as eternas ilusões,
Do poder e das grandes ambições.
 
E às vezes eu me sinto como uma ilha,
Cercado de desamor por todos os lados,
As pessoas padecem sem amor na vida,
E vêem seus sonhos adormecerem abandonados.
 
O mundo sem compaixão,
É uma semente fértil,
Que por vezes germina da desilusão,
E em nossos dias nós somos flagelos,
De tantos temores que sofremos em vão.
 
 
 

Rodrigo Cézar Limeira
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