Navego na nave mãe,
Planeta terra é seu nome.
Movo-me no universo,
Eu e uma constelação de objetos,
Rumo a Vega,
À velocidade do big-bang.
 
Em minha mente,
Uma única certeza, existo,
Assim como existem os seres brutos.
 
Sou matéria e ocupo um lugar no espaço,
Feito do pó da terra,
De carbono e hidrogênio.
 
Amanheço, entardeço,
Vejo o crepúsculo à luz da incógnita,
E o pensamento no relógio,
Que impiedosamente faz tique-taque,
Aproximando-me do meu fim.
 
Mas eu parto e tudo ao meu redor fica,
Os seres eternos são os seres brutos?
 
Cresci imerso em questionamentos,
Cercado de dúvidas muito além da ciência.
 
Sou ponto material na magnitude do espaço,
Creio na vida eterna e no ser onipotente,
Nas leis físicas que regem o movimento dos astros.
 
 À noite escuridão intermitente,
E estrelas na imensidão do céu,
Os dias vão e vêm,
O passado não volta jamais,
As estações do ano se repetem,
E do jeito que já fui um dia,
Nunca mais serei novamente.
 
Sou irmão das estrelas cadentes,
Do tempo que se aproxima do seu não fim,
Do mistério de toda a existência,
Das dúvidas que pairam sobre mim.
 
 
 
 

Rodrigo Cézar Limeira
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