Quando alguém por mim perguntar,
avise que só voltarei após arrancar da minha alma
as marcas que a sua ausência deixou:
o vazio, a dor...
A solidão, não sei se conseguirei vencer.

Mas tentarei.

Será esse o meu propósito
enquanto vida ainda restar nesse corpo entorpecido
pelo mais inebriante dos perfumes – o seu.

Avise que o meu regresso, embora necessário,
será triste.

Informe, a quem interessar,
que não serei gentil,
não dissimularei.
Serei ferino, se assim o meu coração pedir.

Mas, eu me rendo...

Confesso ser inútil resistir aos meus desejos mais secretos:
a minha mão na sua,
os nossos rostos colados, face a face.

Quero buscar-lhe,
mas falta coragem.

Dá-me do teu sabor outra vez, para que possa prosseguir
em paz,
enfim...