Há ocasiões em
que nós não somos
nós,
há um tempo em que
os fatos, as coisas, os
sentimentos se misturam
de tal forma que nem
mesmo a razão, o coração
ou qualquer outra coisa
tem o condão de resolver.
Então vem o tempo,
vêm os dias,
longos, sofridos,
cheios de expectativa,
de esperança,
de uma vontade incontrolável
de te ver,
que dói, que toca lá dentro,
que queima como brasa.
Então vem o tempo,
então vêm as dúvidas,
o ciúme,
o ranço,
chega-se às raias de
uma infantilidade perdida
há muito,
há tanto que nem sequer
lembramos como era.
Então vem a solidão,
o desespero,
a vontade de gritar,
de explodir em vontades
perdidas em meio ao desejo
de estar contigo.
Então, em meio a um gole
e outro,
neste mesmo guardanapo,
explodem os versos,
caindo das entranhas,
traduzindo a ânsia de
vida que sinto,
acalantando os sentimentos
reprimidos.
São Gabriel, 2001.
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