De repente, sem qualquer aviso,sem
coisa alguma, sinto o que o coração
dispara e que uma dor profunda
cala na minha alma ...
Sei que você stá distante,
como sei da quase impossibilidade
do meu sonho,
tenho quase certeza de que nem todos
os versos do mundo, sejam eles feitos
por mim ou pelos melhores poetas
da Humanidade vão comover um coração
tão jovem e, por isso mesmo, ainda
privado da sensibilidade que só o tempo,
esse admirável mestre, nos proporciona ...
Sei que a tua juventude e a minha
experiência, quase mansidão de quem
viveu quase o dobro de você, foi feliz
e sofreu,
são quase inconciliáveis ...
Mesmo assim, aqui estou,
esperando não sei bem o quê !
Mesmo assim, desse jeito, aqui estou,
sem qualquer percepção dos fatos,
como uma criança que espera o seu presente,
mas nem ao menos sabe se vai recebê-lo ...
Em outros dias, como esse,
como essa noite úmida e repleta de lembranças
te escrevi outros poemas ... um, em especial,
falava de despedida ... agora vejo que era uma espécie
de premonição, uma espécie de defesa,
como preparando o meu eu para certas verdades que
eu teimo em não aceitar ...
Mas pode ser, pode ser que você
tenha tempo, arranje um tempo,
abra o teu coração e leia o que te escrevi ...
Pode ser que eu consiga passar um pouco ao
menos do que sinto, do que sonho ... essa, menina,
éa minha esperança ... que gostaria fosse a sua,
mas se não foi, se não é possível, como sei que é quase,
só o fato de conhecer um pouco dessa menina
ficará de forma perene nas minhas lembranças ...
São Gabriel 1998.
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