Quase sem querer,
as coisas começam,
a vida inicia,
um sorriso se esboça
no rosto,
um batimento mais forte,
mais rápido,
se apodera do coração.
Quase sem querer,
quase sem sentir
há um renovar constante
a cada minuto,
e cada segundo desse
minuto cresce o que sinto
por você,
o pensamento flutua
como num tapete mágico,
em busca do teu,
o corpo vibra e sente a
tua falta.
É a constância do renovar,
éa alegria incontida e a
capacidade, vontade de
superar todos os obstáculos
que, afinal,
diante de tudo isso,
são tão minúsculos quanto
simples gotas de orvalho
prostradas sobre as plantas
ao amanhecer,
certamente mais um amanhecer
no qual nossos corpos,
ciosos um pelo outro,
ainda repousam à espera
do amor que será feito,
amor jamais antes sentido,
e que sabemos,
sem nós,
sem a nossa presença
que nos torna um só,
jamais voltaremos a ter.
Por tudo isso te preservo,
como uma flor preciosa,
cujas pétalas maciamente acaricio,
que acaba de brotar radiante
no meu jardim,
afagada porque éa razão de tudo,
da alegria, da segurança,
do amor mais puro e dos sentimentos
mais nobres, razão, afinal,
do nosso próprio existir.
São Gabriel, 12.01.2000.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença